terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Corretor atua hoje como conselheiro

A chegada de novos e sofisticados produtos ao mercado projeta uma nova imagem para o corretor de seguros. Começa a sair de cena o tradicional vendedor de pastinha e, em seu lugar, surge o consultor financeiro do cliente. Um fator importante que contribui para essa transformação é a expansão da previdência privada. "Ao fechar um contrato de aposentadoria suplementar, o corretor passa a ter um contato de longo prazo com a família", diz Rogério Araujo, consultor da TGL Consultoria em Seguros, de Belo Horizonte.

Ninguém, em sua opinião, é mais indicado para propor um plano de previdência privada do que o profissional que já se ocupa de outros seguros do cliente. "Se ele já cuida da proteção da vida, da casa e do carro da família, saberá desenhar o plano de previdência mais adequado", diz Leoncio de Arruda, vice-presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros, Empresas Corretoras de Seguros de Saúde, de Vida, de Capitalização e Previdência Privada do Estado de São Paulo (Sincor).

Ambos concordam, no entanto, que essa ainda não é a regra do mercado, embora a evolução seja perceptível e inevitável. No Brasil, de um universo de 75 mil corretores, não passam de 10% os que trabalham com os vários tipo de seguro, particularmente o de previdência. Uma das barreiras a ser superada é a do valor da comissão, que varia de 1,5% a um máximo de 3% para os planos de previdência privada. O seguro de automóvel, por exemplo, já rendeu mais de 20%, mas hoje ainda garante 12% . "O grande desafio é provar ao corretor de automóveis que a previdência privada, seguro saúde e seguro de vida são rentáveis e essenciais para a sobrevivência deles no futuro", diz Araújo

Para ele, essa consciência aumenta à medida que os clientes passam a exigir mais profissionalização e conhecimento de todos os ramos do seguro. "A globalização está apressando esse processo, que engatinha no Brasil", diz. Mais otimista, Arruda, do Sincor, vê a categoria cada vez mais preparada para ajudar o cliente a decidir. "O corretor não pega mais o produto da prateleira e entrega ao cliente como fazia antes", diz. "Hoje ele também procura adequar a venda ao perfil do segurado. Logo mais, estará vendendo planos pela internet", prevê .

Arruda estima que, do total de planos privados de previdência, 60% ainda estejam nas mãos das instituições financeiras - bancos e seguradoras - e 40% com os corretores. Esse quadro, porém, pode mudar rapidamente com a especialização do corretor também na área de investimentos e com a venda conjunta de outros produtos complementares, especialmente o seguro de vida. "A única forma de competir com o gerente de banco é trabalhar todos os riscos e cuidar da saúde financeira do cliente", afirma.

As instituições financeiras, pequenas e grandes, são as que primeiro perceberam o filão da previdência privada. Dos cerca de 3 mil clientes do Banco Alfa, "quase todos já aderiram a um dos planos de previdência", diz Jacques Courbet, diretor de previdência privada da instituição. Entre 60% e 65% da previdência privada do banco são de Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o restante de Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). " O forte da venda desses planos ocorre diretamente com o executivo do private", diz Courbet.

A expectativa do banco é obter um crescimento de 40% na receita com esses planos, neste e no próximo ano. Grande parte dos clientes do Alfa busca diversificação da carteira e menor tributação no longo prazo. Outros estão preocupados com a sucessão, já que sobre os planos de previdência não incidem impostos para os beneficiários. "A cultura de previdência privada deve aumentar muito nos próximos anos. Essa é uma das explicações para tamanho crescimento", explica Courbet. O potencial é enorme. A participação dos seguros e da previdência privada no PIB dos mercados europeus e americano chega até 18%, enquanto no Brasil está ao redor de 1,5%.

De acordo com Arruda, do Sincor, a previdência cresce em média 20% contra 16% dos demais seguros, uma tendência que deve permanecer ou crescer nos próximos anos. Enquanto os demais seguros possuem uma reserva técnica de R$ 100 bilhões, a previdência privada sozinha tem R$ 220 bilhões em reservas e responde por 28% do faturamento do setor. "Em cinco anos, essas reservas devem chegar a R$ 1 trilhão", diz Arruda do Sincor.

Apesar de novas ferramentas de marketing como a internet, a venda de seguro ainda requer o contato pessoal do corretor com o cliente. Quando se trata de seguro de vida e previdência privada, a confiança pessoal vale tanto quanto o nome da instituição. "O face a face continua sendo a melhor maneira de vender seguro, especialmente quando se trata de planos de previdência", afirma Arruda. "Sabendo que o cliente espera tê-lo a seu lado na hora da venda, o corretor aprendeu a valorizar essa confiança.

FONTE:

Rosangela Capozoli

Valor Econômico | Especial - Previdência Privada | BR

Brasilprev dá dicas para economizar com a Declaração do Imposto de Renda

Final do ano. Época de mais dinheiro no bolso, de comprar e trocar presentes, mas também um bom momento para separar uma parcela dos recursos para viabilizar projetos de vida no futuro. E um plano de previdência privada é a opção ideal.
Economizar, seja para contar com uma reserva financeira em caso de necessidade, seja para utilizar os recursos para concretizar um projeto de vida no futuro. Mais que uma palavra, é premissa para um planejamento financeiro, que possibilita que diferentes projetos sejam concretizados de forma organizada e sem solavancos.
Nesta época de final do ano, quando muitos recebem o 13º salário, é difícil resistir à tentação de "comprar", mas é também um bom momento para pensar em economizar uma parte dos recursos para projetos de curto e longo prazo.
Para o segundo caso, um plano de previdência privada é uma das melhores opções, podendo ser utilizado para benefício fiscal? o que deve ser levado em conta pelos investidores, sobretudo agora no último mês do ano. Isso porque as contribuições realizadas no plano podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual tributável.
"Os planos de previdência devem ser incluídos na declaração, porém, apenas os da modalidade PGBL permitem aos participantes deduzir as contribuições da base de cálculo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual tributável. Por isso, costuma-se dizer que esses são voltados às pessoas que declaram o IRPF no formulário completo", explica Arizoly Rodrigues, superintendente comercial da Brasilprev.
Rodrigues ressalta, porém, que para exercer o direito de dedução das contribuições do Imposto de Renda, faz-se necessário ser contribuinte da Previdência Social. Se for um profissional autônomo, por exemplo, é preciso que ele faça os recolhimentos por conta própria. "Para quem faz a declaração pelo modelo Simplificado, porém, a melhor opção de plano de previdência é a modalidade Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), nos quais a cobrança do tributo (IR) incide apenas sobre os rendimentos", adverte.
O superintendente complementa que o pagamento do IR pode ser feito de duas formas: no momento do resgate ou no recebimento do benefício, seja por meio de renda mensal ou por meio de pagamento único. E esclarece que há dois sistemas de recolhimento do tributo: "No regime Progressivo, o investidor recolhe uma antecipação de 15% no resgate e deve declará-lo no ajuste fiscal do IR no ano seguinte, quando poderão ser consideradas outras rendas para definir o IR a pagar ou a restituir, seguindo a mesma tabela que tributa salários. Já no Sistema Regressivo, o que conta é o tempo de contribuição e a alíquota vai de 35% a 10%. Assim, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menos IR será retido".
Como informar o plano de previdência privada na Declaração do IR?
Os planos devem ser declarados no quadro "Declaração de Bens e Direitos". Para saber a movimentação, é preciso ter em mãos o Informe de Rendimentos que o banco ou a empresa de previdência privada geralmente encaminha para o participante.
É preciso informar, na linha que insere as contribuições, os rendimentos que o participante teve no ano anterior e o que ele pagou. O próprio programa da Receita Federal faz os abatimentos. 

FONTE:
J.N.
Revista Apólice